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PISCINAS DE FIBRA E OS ÚLTIMOS 20 ANOS

  • Foto do escritor: Maria Lígia Gomes
    Maria Lígia Gomes
  • 13 de jun. de 2022
  • 4 min de leitura

Nosso grupo tem mais de 20 anos de experiência no comércio de piscinas de fibra, e afins, entre região norte e nordeste, foram sete lojas montadas, nas cidades de Santa Cruz do Capibaribe - PE, Caruaru - PE, Porto Velho - RO, Macapá - AP (na zona sul e filial na zona norte), Santana - AP e Manaus - AM, das quais duas operam atualmente loja Macapá e loja Manaus. São inúmeras visitas a lojas/lojistas de outros estados, participação em feiras do setor, contato constante com fornecedores do segmento (distribuidores/fabricantes) e o mais importante dos contatos, o cliente/consumidor.


Quando imaginamos que começamos a negociar quando o uso telefone celular era algo caro e pouco acessível e nosso modo de fazer pedidos, por exemplo, era através de aparelho de fax, observamos que muitas coisas mudaram, em pouquíssimo tempo. Dentre essas mudanças, posso citar algumas, como o design do nosso produto principal (piscinas), e o acesso a ele, o perfil do nosso cliente, a quantidade de fornecedores para os mesmos produtos, a apresentação dos produtos e o setor de marketing. A lista é longa, mas vamos por partes, e eu te convido a passear nessa viagem ao tempo junto comigo. Vamos?


Lá na virada do século (ano 2000) acreditava-se que o mundo ia acabar bem na hora que o ponteiro do relógio marcasse às 0 horas do último dia do ano 1999. Era muito falatório sobre isso e hoje, 22 anos depois,

percebemos que era uma grande inverdade, pois bem, diante da comunidade de novos lojistas de piscina de fibra que iam surgindo, cabe aqui lembrar que esse produto era algo novo, pouco popular e com pouquíssimas fábricas pelo Brasil, as piscinas da época eram em sua maioria, de concreto armado, que levavam semanas para conclusão da obra e era necessário um orçamento mais robusto, praticamente focado no público A e B, pensava-se que era um mercado extremamente instável, inseguro e finito, pelo menos, com certeza absoluta, posso revelar que esse era o sentimento dos lojistas da família, especialmente os irmãos do meu pai, um total de 6 lojistas que atuam no mercado nacional ate hoje.


Eram tantos os comentários a respeito disso que quando meu pai estabilizou a loja da cidade de Macapá (ativa até hoje), o seu primeiro investimento foi abrir uma loja no segmento de material de construção, lembro claramente que ele dizia:


"Piscina não vai "dar" muito tempo. A gente precisa de um outro negócio."

E assim o fizemos, além dessa nova empresa, investimos em uma cerâmica de fabricação de tijolos, aluguel de máquinas tipo retroescavadeira, aluguel de espaço para eventos, e vários outros pequenos negócios. Tudo isso, a fim de se precaver para o dia que piscina de fibra caísse em desuso.


Naquele momento inicial, não tínhamos noção de crescimento, de visão de negócio, e muito menos histórico de empresas do mesmo segmento que pudessem nos dar um norte sobre as expectativas de mercado.


Naquela época, anos 1997 até 2002, aproximadamente, os clientes compravam os itens de instalação da piscina de forma individual, exemplo a piscina é X, o filtro Y, a bomba Z, o que elevava o custo da piscina mas ainda assim a mantinha mais em conta que a de concreto armado, as negociações eram feitas baseadas em cheques pré-datados em sua grande maioria, poucas pessoas tinham acesso a cheque, era preciso um bom relacionamento com o banco, pra conseguir folhas de cheque.




Lembro que sempre que recebíamos um cheque olhávamos para o ano de abertura da conta, quanto mais antiga a conta, maior a certeza do pagamento, hoje o cartão de crédito assumiu o papel do cheque sem causar nenhum risco pro lojista, o número de fábricas de piscina de fibra era menor e por conseguinte o numero de lojistas nas regiões norte e nordeste também, o que provocava um número de oferta menor que a demanda, as lojas estavam se montando, se profissionalizando, era um aprendizado para grande parte dos novos lojistas.


Nos últimos 15 anos o crescimento relacionado ao segmento aumentou consideravelmente. Hoje em dia, numa cidade de 80 mil habitantes são encontradas facilmente, entre 4 a 6 lojas de piscina, ou pontos de vendas que representam determinada fábrica. Uma vez, numa viagem a passeio minha mãe contou quantos pontos de venda tinham entre a cidade do Rio de Janeiro até Arraial do Cabo e o número chegou a 40 lojas, ao qual ela desistiu de continuar a contagem.


Atualmente, com a facilidade da compra através do pagamento via cartão ou recebimentos via financiamento bancário, além de ofertas com promoções a cada data comemorativa do ano e briga de lojistas por novos clientes independente do lucro, é absolutamente possível uma família classe C, com imóvel próprio conseguir realizar o sonho de ter uma piscina em casa. Maravilhoso do ponto de vista do consumidor ? Nem tanto. Toda essa oferta e briga por preços mais baixos, a fim de se atingir um maior número de clientes pode reduzir a qualidade do serviço e do produto, o que muitas vezes, passa despercebido pelo cliente.


A palavra commodity, basicamente quer dizer, qualquer produto produzido em massa, onde parece um exagero pensar no mercado de piscina se enquadrando nesse movimento, principalmente diante de tanta diferença social, o objeto de consumo, desejo e sonho continua o mesmo, cada vez mais os públicos A e B desejam piscinas mais elaboradas, sofisticadas e os demais desejam realizar o sonho de ter uma piscina, não importando necessariamente o formato, ou marca, ou até mesmo qualidade, o que importa é caber no orçamento.


Ainda teremos muitas mudanças nos próximos 20 anos, talvez ainda inimagináveis, mas cabe lembrar que assim como o mundo não acabou na virada do ano 2000, o negócio de piscinas de fibra, tem se tornado cada vez mais crescente e concorrente. Desejando atuar no ramo por mais uns 20 anos, me sinto feliz com a projeção errada que meus tios e pai fizeram há anos atrás.

 
 
 

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