POR ONDE ANDAM AS EMPREENDEDORAS, GESTORAS, DIRETORAS, EMPRESÁRIAS...?
- Maria Lígia Gomes
- 13 de jun. de 2022
- 2 min de leitura
Quando decidi ir a São Paulo, participar de um treinamento/curso de gestão empresarial, em fevereiro desse ano, eu não imaginava que o percentual de mulheres presente na turma seria de 10%, esperava pelo menos uns 30% de presença feminina. O meu primeiro contato foi quando a escola decidiu montar o grupo de whatsapp, para que todos se apresentassem, meu instinto primário foi verificar os contatos presentes no grupo pra buscar identificação, uma breve olhada pra encontrar pessoas em comum. A partir daí, comecei a notar a gritante diferença de gênero entre os participantes.
Confesso que além do sentimento de surpresa, cheguei a me sentir insegura, me questionei, onde andam as empreendedoras? As gestoras? As diretoras? As empresárias? Parece um pensamento ingênuo, por que tanta surpresa diante de uma realidade já tão explorada? Todos nós sabemos ou pelo menos suspeitamos que a diferença de gênero no mercado de trabalho empresarial é gigantesca prevalecendo em sua maioria o gênero masculino. Ao me apresentar através do grupo de whatsapp um dia e meio depois da minha inclusão, agradeci mentalmente a uma amiga publicitária por ter me dado a idéia de montar um cartão digital. Naquele momento essa apresentação mais organizada e visualmente mais interessante, me parecia ideal.
Há uns anos atrás estive como presidente da CDL Jovem Macapá e Santana, uma associação para desenvolvimento de jovens empreendedores, lá fui agraciada com a oportunidade de fazer grandes amizades com mulheres empreendedoras e também incluí-las em ambientes de gestão frente a essa comunidade associativa. Pensando sobre meu sentimento de surpresa pude observar, que se tornou comum meu convívio com mulheres gestoras, líderes, empresárias tocando seus negócios, uma experiência completamente pessoal que não reflete nem um pouco a realidade do mundo dos negócios.
Discuti sobre essa gritante diferença de gênero com diversos amigos e amigas, ainda sobre o efeito do sentimento "surpresa". Segui o barco. No ambiente do curso me colocando como aprendiz de todo conhecimento que fui buscar, independente do gênero, tive excelentes insights, momentos de aprendizado satisfatórios, consultorias incríveis, mas senti falta da identidade feminina, da correlação, senti falta da flexibilidade de diálogos, de encontrar diferentes iguais. Embora ao final do curso, me sentisse confortável com todo o ambiente e vivência, o incomodo persistia, principalmente por que não parecia justo a ínfima presença feminina. Eu acredito que a base de experiências enriquecedoras através de trocas se dá principalmente por ambientes mistos, com pontos de vista múltiplos.

A foto da capa que ilustra esse breve relato, representa um pouco do mundo que habito. Estou cercada de mulheres empreendedoras, empresárias, gestoras das suas carreiras, diretoras e lideres, quando estamos misturadas ao meio externo podemos ser poucas, mas não despercebidas, cada uma de nós esta preenchida da outra e isso nos motiva mesmo que aos poucos, a nos inserir nesse mundo de negócios ainda predominantemente masculino.
Na multiplicidade dinâmica da identidade feminina, onde há uma, há muitas. Podemos ser poucas, mas estamos presentes, e isso é um grande avanço. Finalizo esse relato feliz em saber que as empreendedoras/gestoras/diretoras/empresárias andam de mãos dadas comigo, estão em mim.
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